terça-feira, 13 de agosto de 2013

Idiotômetro


Tente não ler as manchetes acima antes de lembrar os fatos: a Siemens, multinacional alemã, está colaborando com a Justiça em uma investigação sobre a formação de cartel (conluio) entre empresas (inclusive ela própria) e governos de São Paulo (Covas, Serra e Alckmin, todos do PSDB) em licitações que teriam sido dirigidas com pagamento propinas e superfaturamento. Há suspeitas de que mais estados e até a União (não há data especificada ainda sobre a esfera federal) estejam envolvidos e que o propinoduto tenha até irrigado a reeleição de FHC.

Agora, esqueça os fatos e leia as manchetes. Elas são dos baluartes da velha mídia brasileira: Folha, Estadão, Veja e G1 (Globo), todas desta terça-feira à noite, quando o governador Alckmin, numa clara tentativa de criar uma cortina de fumaça sobre as denúncias que lhe pesam, tenta se fazer de vítima da história, numa performance teatral digna do palco do Municipal. O que você achou, acometido de amnésia? Que Alckmin é investigado ou vítima? Vítima, certo?

Volte agora a lembrar os fatos. O que concluiu? Que a velha mídia rasgou a fantasia na tentativa de deformar os fatos? Pois é...

Desde que transbordou o escândalo do metrô, que fermenta há vários anos sob panos quentes dos barões da comunicação tradicional, a postura de jornais, sites e emissoras de TV da velha mídia fazem malabarismos para tentar poupar os velhos aliados tucanos. Colunistas que são ferozes críticos quando o alvo é outro fazem os mais risíveis raciocínios para tentar justificar o injustificável: que a corrupção quando imputada ao PSDB não é a mesma que se imputa a outros partidos. Ou seja, a corrupção dos tucanos é uma corrupção "boa".

Agora, um último exercício mental: diante de tudo isso, você acha que essa mídia é algum sinônimo de liberdade? Essa mídia faz jornalismo? Essa mídia defende algum tipo de interesse público? Essa mídia merece o seu respeito? Merece imprimir manchetes sem pagar impostos pelo papel? Merece soltar "plim-plins" recebendo fortunas de dinheiro público em anúncios oficiais? Pode nos fazer de idiotas, impunemente?

Pensou não? Eu também!

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